quinta-feira, 7 de abril de 2011

[QUE LOUCURA]


Meu latido em palavras, a complexidade atenuada dos significados que me traz, submerge-me ao mergulho profundo no lago do abstrato-concreto. Logo, mergulho de modo concreto, em águas abstratas. Sonho. No meu sonho imediatista você não passa de um pequno cadáver um tanto maior que uma figurinha de balas, embalsamado dentro de uma taça de champanhe onde eu deitei meu dente arrancado.
Não arranquei o dente de modo concreto, mas a dor que senti ao arrancá-lo foi imensamente maior de modo abstrato. Alguém me arrancou do sono, giraram a fechadura da porta da realidade, a realidade foi posta pra fora, por ser dura demais e a esperança conseguiu entrar pela porta dos fundos pra atenuar o drama real das coisas.
Pinto a esperança porque é melhor pintar a esperança do lado de dentro da minha realidade do que deixar o horror penetrar em mim através da porta dos fundos.
Pinto a esperança, as portas, o sonho, a realidade, acredite, quando se pinta sonhos é possível flutuar. é interessante flutuar, flutuar traz aquela sensassão de "paz celestial", o que imagino ser bom para mim, que não usufruir da felicidade luminosa, tinha a impressão de me enterrar lentamente, num sono ou numa briga matinal entre irmãos no centro espiritual da terra. Mas passou, digo, a impressão passou. E ficou a tristeza de toda essa bagunça imaginada e expurgada pelo cérebro.
Tristeza, que vá para puta que a pariu à tristeza. Asas, voo, viajar ao lugar onde os santos devem gozar um medo terrível e os pecadores tem a necessidade de coopular seus mais enrijecidos desejos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário