quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para lembrar ao meu eu lírico que estou vivo!


Estou no escuro, me disseram por ai que já amanheceu
e eu me sinto adormecido tentando despertar meus planos
e abrir a janela do quarto para ver a manhãzinha.
Tudo é chegado, e assim os vou levando, para onde não chego aproximadamente.


As vezes penso que não nasci para ser amado, mesmo diante dos olhos mais sinceros que dizem me amar.
Também não nasci para ser odiado, prefiro flutuar na neutralidade comum dos olhos dos curiosos.
Planejo de tempo em tempo a minha felicidade, não tenho a menor idéia das explicações. Felicidade minha é, arte provinda meticulosamente de meu substrato, o ser. E "ser" é achar a oportunidade de se recriar e buscar o que é próprio do homem, o "ser, relativamente, louco". É ter toda uma vida e ter também a sensação de não tê-la vivido completamente.

E para mim tudo está humano demais, ultimamente Nietzsche tem sido o meu consolo e a razão do meu choro, porque não basta esta vida, tal qual, tenho vivido. Esse poço assim de mágoas, felicidade minha que outrora falei, passou ligeira, as coisas deliciosas são rápidas, são ligeiras, mas nem por isso deixam de ser contabilizadas.

Cabeça, turbilhão de idéias, memórias, afetos! Todavia estou bem certo, de que surgir para esse mundo para ser estranhado e ensaiadamente desejado.
Se a vida é isso, vamos em frente, prometo arrancar o broto da incompreensão e da desilusão. Sei lá, vou buscar alguma coisa para fazer o tempo passar, voando, criar cenas de espiritualidade, esoterismo, conversa-fiada, engana-bruxa, criar uma sala de bate-papo entre o copo e a alma, eu diria, é algo essencial nos tempos modernos. Deixar um, dialogar com o outro, para liberar a tensão dessa busca infinita pelo prazer. O melhor mesmo é dar bebida para o corpo, anestesia geral para a alma, pouca importância para o que está se passando e sair por aí cantarolando atento para não esqueçer de nada, de nenhuma letra, de nenhum fonema da canção. Não mais calculo o meu tempo como se fosse infinitamente extenso, tudo é fugaz, eu não me deixo enganar e prendi a "não desejar o que não existe". Estou sublinhando as metas de maior prioridade e, lutando para não mais ter que adiá-las, tô indo para qualquer lugar desde que seja em frente e penso que todos temos que agir assim, mesmo cheios das dúvidas de aonde isso vai terminar, eu sinceramente torço que nesse caminhar as felicidades breves e deliciosas tornem-se alegrias eternas, torço para que os meu amigos, da noite não esqueçam os risos e que no final, como neste aqui, saiamos do escuro para brilharmos em um outro panorama, sem esquecer dos riscos, corajosamente arriscar-se, sendo esse o primeiro passo para a liberdade de não ter que se perder em uma vida não usada.

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